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terça-feira, 15 de junho de 2010

#2 - Caráter e Inteligência

Caráter e Inteligência

São os dois pólos para exibir as qualidades de um homem. Um sem o outro é a boa sorte pela metade. Não basta ser inteligente, é preciso também ter a predisposição de carácter. A má sorte do tolo é desconsiderar sua condição, ocupação, vizinhança e amizades.

Bom, esse é o primeiro aforismo da nova edição (que vem com essa capa ao lado) e temos um conselho meio desconexo que revela o modo como Grácian escreveu a maioria dos aforismos.

Eu vejo vários problemas logo na primeira frase "Carácter e inteligência sáo os dois pólos para exibir as qualidades de um homem". Primeiro o uso da palavra pólo, que em geral não é percebido como coisas que se completam (apesar de se completarem), mas sim como coisas contrárias. Eu não vejo como colocar o caráter como pólo contrário da inteligência. E mesmo que fossem, por que diabos esses pólos servem para exibir as qualidades de um homem? Não seriam eles mesmos as próprias qualidades?

Ok, continuemos.

"Um sem o outro é a boa sorte pela metade." Agora ele já fala da questão da sorte, ele fala isso durante todo o livro sem realmente explicar o que afinal quer dizer com boa sorte. Ele brinca com a expressão as vezes colocando como uma sorte criada pelo ser e outras vezes como concedida por deus. Nesse aforismo especificamente essa frase não diz absolutamente nada.

"Não basta ser inteligente, é preciso também ter a predisposição de carácter." E também não há motivo para repetir a idéia num aforsimo tão pequeno, será que em vez disso você não poderia explicar o que você considera como carater e inteligência?

"A má sorte do tolo é desconsiderar sua condição, ocupação, vizinhança e amizades." O que a sorte tem a ver com isso? Não seria a falta de inteligência ou falta de carater que fazem desconsiderar essas questões?

Blá, esse aforismo não diz nada com nada.

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